De acordo com dados provisórios de um relatório estatístico deste mês do Banco de Cabo Verde (BCV), este registo compara com o máximo anterior, superior a 132.618 milhões de escudos (1.207 milhões de euros), no final do primeiro trimestre do ano.

Do total do crédito concedido à economia no final de junho, 7,8% correspondia a dívida titulada e os restantes 92,2% a empréstimos bancários às empresas, incluindo as empresas públicas não financeiras.

O volume de crédito da banca à economia cabo-verdiana cresceu quase 4% em 2020, face ao ano anterior, para mais de 131.310 milhões de escudos (1.180 milhões de euros), aumento explicado pelas linhas de crédito covid-19, lançadas pelo Governo, com aval do Estado, para apoiar a recuperação das empresas afetadas pela pandemia, que continuam em vigor.

O BCV iniciou há pouco mais de um ano a implementação de medidas de incentivo económico e mitigação das consequências económicas da pandemia de covid-19, disponibilizando fundos aos bancos e incentivando linhas de crédito às empresas, para apoiar a recuperação económica.

Entretanto, a instituição anunciou no final de julho medidas de política monetária, em que os créditos até três anos continuam com uma taxa de juro de 0,75%, de forma que as instituições de crédito possam continuar a financiar a economia a custos reduzidos.

O BCV reduziu, no entanto, o montante de colocação de crédito mensal para 1,5 mil milhões de escudos (13.6 milhões de euros), mas que pode atingir o montante de 9 mil milhões de escudos (81.6 milhões de euros) até junho de 2022, altura em que procederá à nova avaliação.

O banco central manteve ainda as taxas de referência e o atual programa de financiamento a longo prazo, através da Operação Monetária de Financiamento (OMF), até 31 de dezembro de 2021.

“São estas medidas que, conjuntamente àquelas que o Governo tomou, com o prolongamento das moratórias, que vão ajudar a banca a ultrapassar essa fase difícil”, explicou na ocasião o governador do BCV, Óscar Santos, para quem as moratórias “não podem durar para sempre”.

“Mas estamos numa fase de transição, vamos permitir aos bancos, negociando com as empresas, reestruturando os créditos, e esses créditos que estão em processo de restruturação não contam para questão de previsão”, prosseguiu, prevendo que até março de 2022 a banca esteja mais aliviada.

O Governo de Cabo Verde anunciou em julho a prorrogação até 31 de março de 2022 do regime de moratórias ao pagamento de capital e juros em empréstimos bancários, medida de mitigação das consequências económicas da pandemia de covid-19.

As moratórias ao crédito foram aprovadas no final de março de 2020 e previam um primeiro período de seis meses, até 30 de setembro do mesmo ano, tendo sido então prorrogado até 31 de dezembro, e depois até julho de 2021, devido à “evolução da covid-19, cujos impactos das medidas com vista à sua mitigação se fazem sentir na dinâmica económica e na situação financeira do país”, admitiu anteriormente o Governo.

O regime de moratória de créditos abrange, além de empresas e famílias, também autarquias, empresários em nome individual, instituições particulares de solidariedade social e associações sem fins lucrativos.

Fonte: Notícias do Norte