Banca regista lucros históricos de 5,2 mil milhões de escudos
Apesar da conjuntura, os sete bancos comerciais de Cabo Verde registaram lucros históricos de 5,2 mil milhões de escudos em 2023, correspondente a um aumento na ordem dos 19,1% face a 2022. Contudo, as maiores contribuições positivas vieram de três bancos: dois de elevada importância sistémica e um não sistémico, cuja contribuição conjunta representa 69,6% do aumento dos lucros.
Apesar da conjuntura, os sete bancos comerciais de Cabo Verde registaram lucros históricos de 5,2 mil milhões de escudos em 2023, correspondente a um aumento na ordem dos 19,1% face a 2022. Contudo, as maiores contribuições positivas vieram de três bancos: dois de elevada importância sistémica e um não sistémico, cuja contribuição conjunta representa 69,6% do aumento dos lucros.
Os dados constam do capítulo sobre “Rendibilidade” do Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado esta semana pelo Banco Central de Cabo Verde (BCV), ao qual o A NAÇÃO teve acesso.
Segundo o documento, o aumento dos resultados líquidos do exercício determinou a melhoria do desempenho financeiro do setor bancário em 2023, face a 2022, especialmente devido, então, ao aumento em 19,1% dos resultados líquidos do exercício de 2023, refletindo, sobretudo, o aumento da margem financeira, em 8,9% face a 2022, mas também o menor fluxo de imparidades.
Os dados mostram que a evolução positiva da margem financeira, que passou a representar 80% do produto bancário, traduziu o acréscimo em termos homólogos dos juros e proveitos equiparados (+966,9 mil milhões de escudos), provenientes da arrecadação de juros e proveitos de créditos a clientes, de aplicações em instituições de crédito no país e no exterior.
“Refira-se que, os dados disponíveis indicam que os activos externos dos bancos domésticos de importância sistémica e não sistémica evidenciaram forte intensificação das suas aplicações externas de curto prazo, na sequência da reversão do diferencial positivo para negativo entre as taxas de juro internas e internacionais”, evidencia o documento.
Redução de imparidades
Já a margem complementar aumentou 271,5 mil milhões de escudos e, combinada com a margem financeira, resultou num produto bancário de cerca de 13,4 mil milhões de escudos, representando um crescimento de 9,3 por cento.
O documento refere ainda que, em termos de custos com imparidades de activos financeiros e não financeiros, em 2023, verifica-se uma redução homóloga em 0,6 mil milhões de escudos, sendo que um total de cinco bancos, dos sete pertencentes ao sector, reduziram as imparidades de crédito.
Evolução positiva transversal
Neste contexto, o resultado líquido agregado do sector, depois de impostos, atingiu o valor histórico de 5,2 mil milhões de escudos.
Ainda segundo o BCV, a evolução positiva dos resultados foi transversal a todo o sistema bancário. Contudo, as maiores contribuições positivas vieram, então, de três bancos: dois de elevada importância sistémica e um não sistémico, cuja contribuição conjunta representa 69,6% do aumento dos lucros.
Ou seja, conforme os números apresentados no relatório, o International Investment Bank (IIB), com 25,90% e o Banco Comercial do Atlântico (BCA), com 25,45% são as duas entidades bancárias que contribuíram em maior escala para estes resultados positivos históricos da banca nacional.
A estrutura das contribuições, conforme atesta o documento, fica completa com as contribuições da Caixa Económica de Cabo Verde (CECV), com 18,25%, o Banco Cabo-verdiano de Negócios (BCN), com 8,44%, o Banco Angolano de Investimento de Cabo Verde (BAICV), com 8,23%, o Banco Interatlântico (BI), com 7,37%, e, por fim, o Ecobank com 6,36%.
De notar que, refletindo o incremento dos resultados líquidos, após impostos num contexto de variação positiva do ativo e do capital próprio, a rendibilidade do sector, medida pelos rácios de rendibilidade do ativo (ROA, na sigla inglesa) e rendibilidade os capitais próprios (ROE, na sigla inglesa) aumentaram, face a 2022, atingindo níveis históricos. O ROA situou-se em 1,8 por cento, (+0,2 pontos percentuais) e o ROE fixou-se em 18 por cento, (+ 1,1 pontos percentuais).
Maior eficiência em 2023
Nesse contexto e conforme atesta o quadro acima traçado, o BCV destaca que, de forma geral, a eficiência operacional do sistema bancário melhorou, em 2023, não obstante o aumento dos custos de funcionamento do sector, em 6,1 por cento, refletindo o aumento do produto bancário que cresceu 9,3%.
“Efetivamente, registou-se uma diminuição do rácio cost-to-income de 46,2 por cento em 2022, para 44,8 por cento em 2023, atingindo o valor mais baixo dos últimos cinco anos”, observa o relatório.
Assim, desta forma, o BCV concluiu que a melhoria do nível de eficiência operacional foi quase transversal a todas as instituições do sector bancário, e significativa nos bancos não sistémicos, mantendo-se os níveis de eficiência de custos, nos bancos sistémicos, inferiores a 60% em 2023.
Fonte: A Nação